terça-feira, 13 de abril de 2010

ESCÂNDALOS DE PADRES NO NORDESTE

Homossexualismo e pedofilia na sacristia: mais escândalos envolvendo padres no Nordeste

SÃO PAULO – O padre alemão Benedikt Lennartz, de 41 anos, pároco de Craíbas, município a 160 km de Maceió, foi denunciado na última quinta-feira pelo Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas por crime de pedofilia na internet. Ele foi afastado pela Igreja Católica. As investigações tiveram início em maio de 2009, quando foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) a operação Turko, que visa combater a pornografia infantil na internet. Na casa do padre (na foto ao lado com várias crianças), a polícia encontrou 1,3 mil fotos com cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo adolescentes; a maioria, do sexo masculino. Trata-se do quarto caso suspeito de pedofilia envolvendo religiosos de Alagoas em menos de um mês.

A perícia apurou que foram encontrados indícios de navegação em pelo menos 10 sites de conteúdo pornográfico infantil. Também apurou que Lennartz tem uma conta em uma destas páginas, cujo pagamento para ter acesso foi feito na própria rede.

A denúncia foi feita pelo Procurador da República Samir Cabus Nachef Junior, do MPF na capital alagoana.

- Considerando que a aquisição do material pornográfico pelo réu foi feita pela internet e que ele acessou diversos sites estrangeiros com tal conteúdo e salvou as imagens em seu computador, tudo isso prova claramente a internacionalidade da conduta delituosa – assegura o procurador.

De acordo com o padre Daniel do Nascimento, da Arquidiocese de Penedo, que responde pela Paróquia de Craíbas, até esta sexta-feira, a igreja não havia sido informada oficialmente pelo MPF sobre a denúncia do padre alemão.

- Nós ficamos sabendo tudo pela imprensa e, ao mesmo tempo em que foi anunciada a denúncia, automaticamente, em caráter preventivo, o afastamos e abrimos processo administrativo penal interno. Nós não sabíamos sequer da investigação. Agora, ele também vai ter que responder para a igreja – afirma o padre responsável pelo caso na Igreja Católica.

A Polícia Federal chegou ao padre acusado a partir de uma denúncia envolvendo a publicação de imagens pornográficas de crianças e adolescentes em uma página do Orkut, cujo usuário do perfil era um adolescente de 14 anos. Foram realizadas buscas na residência do garoto e no local de onde se acessava a internet: a casa onde mora o pároco Benedikt Lennartz. As imagens foram encontradas apenas na casa do padre. De acordo com o procurador, o religioso disse não ter conhecimento da existência das fotos.

- Se fossem duas ou três fotos, dava para acreditar. Mas ter 1,3 mil fotos de conteúdo pornográfico infantil e não ter conhecimento? As provas estão robustas e devem levá-lo à condenação – garante o procurador.

Segundo o padre Nascimento, não há espaço na Igreja para tais comportamentos.

- Pedofilia é uma doença, não tem classe social, cor, status. É um problema que atinge a sociedade, aleatoriamente. Mas, dentro da igreja não há espaço para este crime – garante.

O padre teve seu passaporte alemão apreendido pela PF em maio de 2009, quando as investigações tiveram início. Por causa disso, o religioso, que tem visto de permanência no Brasil, está impossibilitado de deixar o país até que responda pela acusação. Ele não foi preso. O padre não poderá permanecer nas dependências da igreja até que se conclua o caso.

De acordo com o artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, o padre pode cumprir pena de reclusão de até 4 anos, além de pagar multa, se for condenado. A pornografia infantil e a pedofilia são crimes previstos em convenção internacional promulgada pelo Decreto Presidencial nº 99.710, de 1990.

Trata-se do quarto caso de pedofilia envolvendo religiosos de Alagoas em menos de um mês. Em março, os monsenhores Luiz Marques, Edílson Duarte e Raimundo Gomes, se envolveram em um escândalo sexual na cidade de Arapiraca e foram afastados das atividades religiosas pelo bispo Dom Valério Brêda. Os padres são acusados de pedofilia e de praticarem sexo com coroinhas.

Um vídeo mostra imagens do monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, mantendo relações sexuais com um jovem identificado como Fabiano Ferreira. As imagens dos atos sexuais foram divulgadas em um programa de TV. Três ex-coroinhas: Fabiano, Flávio e Anderson foram entrevistados no programa, além de um menino de 11 anos. Eles denunciaram o assédio feito pelo monsenhor Raimundo nas dependências da igreja.

Pedofilia, homossexualismo e HIV
Em agosto do ano passado, o padre Josean Dantas Rolim, 51 anos, foi detido no Terminal Integrado de Passageiros (TIP) quando, segundo seguranças, beijava e acariciava um adolescente de 14 anos no banheiro. Padre Josean, afastado das funções sacerdotais desde 2005, foi autuado por atentado violento ao pudor. A princípio, levado para a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), Josean seguiu depois para o Cotel, em Abreu e Lima, mas terminou sendo transferido para o Hospital de Custódia Psiquiátrico, em Itamaracá. A transferência se deu após o advogado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ernesto Cavalcanti, apresentar à Justiça laudo atestando que o padre sofria de distúrbios mentais, HIV e hidrocefalia.

Ao ser ouvido na GPCA, o adolescente contou que o padre teria lhe pedido para tirar fotos por causa da camisa do garoto. “Eu disse que estava apresssado, mas ele falou alto e me pegou à força, levando para o banheiro”, revelou. O adolescente revelou ter ficado com medo do padre estar armado. Josean confessou o crime, definido por instituições internacionais como ocorrência praticada por pessoas acima de 16 anos contra uma criança na pré-puberdade ou no início da puberdade. “O que caracteriza a pedofilia, assim como a idade, é o ato em si. É ter o desejo, atração pela criança”, justifica a psicóloga Beneria Donato.

Fonte: O Globo Online / Diário de Pernambuco

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Oleh

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