segunda-feira, 19 de abril de 2010

"PULSEIRAS DO SEXO" SÃO PROIBIDAS

Pulseiras do sexo são proibidas após crimes envolvendo adolescentes

Elas apareceram no Brasil há cerca de dois anos e ficaram conhecidas como as inocentes pulseiras da amizade. Usadas para selar o afeto entre colegas, os acessórios coloridos de silicone viraram febre entre crianças e adolescentes.

Até que os boatos sobre jogos sexuais começaram a circular na internet. De acordo com esses relatos, cada cor teria um significado. Ao ter uma pulseira rompida, o dono deveria "pagar uma prenda" para aquele que a arrancou. A roxa, por exemplo, vale um beijo de língua; a preta, sexo.

"Eu achava bonito e distribuía para as minhas melhores amigas, como uma prova de amizade. Mas não sabia do significado das cores", diz a estudante Micaela Sanches, 11, que parou de usar o enfeite.

No mês passado, a escola em que a garota estuda, em Sorocaba (interior de São Paulo), enviou um e-mail pedindo que os pais impedissem os filhos de usar o acessório.
 
Os casos recentes de violência contra mulheres que usavam o acessório -duas foram mortas em Manaus e uma, estuprada em Londrina- ajudaram a enterrar de vez a modinha, que teve seu auge em São Paulo no fim do ano passado.

Fim da febre em SP
Professora do ensino fundamental da rede pública, Viviane Sanches, mãe de Micaela, conta que viu de perto a ascensão e queda das pulseirinhas. "No começo do ano passado era uma febre. Agora elas sumiram", diz.

No colégio Dante Alighieri, um dos mais tradicionais da capital paulista, embora também em desuso, a notícia de que um aluno estaria vendendo pulseiras na escola chamou a atenção da direção, há cerca de dez dias.

"Tivemos uma conversa com os alunos porque é proibido vender qualquer produto aqui dentro", afirma o diretor pedagógico Lauro Spaggiari, que aproveita para criticar a ligação dos crimes de Manaus e Londrina com o uso do acessório. "Esses casos não têm nada a ver com a pulseira. [Fazer essa relação] é uma forma de justificar a violência", afirma.

Para ele, o polêmico jogo do sexo é uma espécie de lenda urbana, que não faz parte do cotidiano dos alunos.

Mesmo assim, as notícias têm assustado os jovens que, temendo ser vítimas de violência ou de discriminação, aposentaram os enfeites coloridos.

Vendedora de uma banca na r. 25 de março, Maria viu a procura pelo produto cair drasticamente no último mês. "As garotas perderam o interesse", afirma a ambulante, que oferece o acessório há dois anos.

Em cidades como Navegantes (SC), Maringá (PR), Manaus (AM) e Sertãozinho (SP) o uso do acessório foi proibido em escolas da rede pública.

Em São Paulo, foi protocolado na Assembleia Legislativa um projeto de lei que proíbe o uso do enfeite em escolas públicas. Outro projeto, protocolado na Câmara Municipal, pretende banir a venda dos acessórios na cidade.

Jogo do sexo
Voz dissonante entre seus colegas, que garantem nunca ter usado as pulseiras para atrair garotas, o estudante André, 16, conta que usou o acessório para paquerar nas férias no Guarujá. "Resolvi fazer o teste. Acho que funcionou", diz.

Na primeira noite, em um bar, ele teve a pulseira roxa arrancada por uma garota. Depois, em uma festa, outra garota estourou as três pulseiras que restavam: preta, verde e branca. Nos dois casos, diz André, as carícias se resumiram a beijos comportados.

Para Isabela, 16, a brincadeira é "ridícula". "É só um enfeite. As pessoas não precisam desse tipo de coisa para paquerar", diz a estudante, que foi proibida pelo pai de usar o adereço.

Fonte: Folha de São PauloVia: Gospel Jovens

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Oleh

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